Tristeza!

Ah e tal..Tu pensaste que era possível sair sempre impune. Não sabias que trair aqueles que de ti gostavam seria motivo da mais dura punição que se pode ter, a privação, a privação de contacto posterior. O castigo mais duro contudo é sempre atribuído aos outros, aos que são traídos. É um duplo sofrimento. Porque são eles que ainda por lá ficam sem explicação e sem remédio. Alguns nunca superam esses males e os fragmentos de vida que os atormenta são de facto mais dolorosos que os do causador de tal situação. Os teus não são mesmo nada maus. Tiveste sempre grande sorte. Mas não te estava reservado mais nada do que aquilo que tiveste. As coisas são como são, ainda te lembras? Um dia resolveste conduzir enquanto ias acabando com uma garrafa de uísque, bebias uma por dia depois de te separares da mulher com quem vivias, seguias a caminho de casa de outra que contigo queria estar, mas não sabias, estavas longe de imaginar que eu já estava a caminho para te capturar, para te dar descanso. Foi isso que aconteceu quando largaste a garrafa de uísque no banco do lado para atenderes o telefone que estava caído a teus pés. Eu estava ali mesmo, na curva seguinte, à tua espera. Já te lembras de mim nos teus sonhos?

É tão bom ser casado!!!!

Ah e tal..era sábado e como de costume, levantei-me cedo, vesti-me silenciosamente, bebi café e até fui dar um passeio com cão!
Em seguida, fui até à garagem e engatei o barco de pesca no meu Jeep.
De repente, começou a chover torrencialmente. Havia até neve misturada com a chuva, ventos a mais de 90 km/h. Liguei o rádio e ouvi que o tempo iria ser de frio e chuva durante todo aquele dia.
Voltei imediatamente para casa. Silenciosamente, despi-me e deslizei para baixo dos cobertores. Afaguei as costas da minha mulher e disse-lhe baixinho:

- O tempo lá fora está terrível.

Ela, ainda meio ensonada, respondeu-me:

- Acreditas que o cabrão do meu marido foi pescar com este tempo?

Hoje pedi o divórcio!!!

O Pesadelo!!!!

Tive um pesadelo, acordo, olho-me ao espelho e descubro que sou vesgo. Procuro freneticamente nos bolsos, para ver a minha fotografia no Bilhete de Identidade, para ver se sou realmente aquele. Acho um passaporte e descubro que...sou espanhol!!!...Não pode ser, meu Deus!!! Sento-me inconsolável numa cadeira. Mas não é possível! É uma cadeira de rodas, o que significa que, além de ser vesgo e espanhol, sou também deficiente físico! É impossível, digo para mim mesmo, que eu seja vesgo, espanhol e deficiente físico...
- 'Amoooooor!', grita uma voz atrás de mim.
É o meu namorado...porra! Sou também maricas...!
- "Foste tu que usas-te a minha seringa"?
Óh Deus! Vesgo, espanhol, deficiente físico, maricas e se calhar seropositivo! Desesperado, começo a gritar, a chorar, a arrancar os cabelo, e...Nãooo!!!!! Sou careca! Toca o telefone. É o meu irmão, que diz:
- Já arranjaste trabalho?
Que merda, descubro que também sou desempregado!!!
Tento explicar ao meu irmão que é difícil encontrar trabalho quando se é vesgo, espanhol, deficiente físico, maricas, viciado, talvez seropositivo, careca, mas não consigo, porque..porque sou gago!!!!
Transtornado, desligo o telefone, com a única mão que tenho, e com lágrimas nos olhos, vou até à janela olhar a paisagem. Milhões de barracas ao meu redor...
Sinto uma punhalada no pace-maker: além de vesgo, espanhol, deficiente físico, maricas, viciado, talvez seropositivo, careca, órfão, gago, desempregado, e cardíaco, vivo também numa barraca...
Começo a ficar indisposto e a sentir um calafrio. Dirijo-me ao guarda-fatos para apanhar um casaco, e para minha surpresa, quando abro a gaveta encontro uma camisola do...Benfica !!!
Entro em desespero total, pois além de vesgo, espanhol, deficiente físico, maricas, viciado, talvez seropositivo, careca, órfão, gago, desempregado, maneta, cardíaco, vivo também numa barraca.... e sou adepto do Benfica?!?
Puta que pariu!!!! Haverá pior???
Nesse momento, o meu namorado regressa e diz:
- Amooooooori, vamos, senão chegamos atrasados ao Conselho Nacional do PS.
Desmaiei.....

A verdade custa..

"Mas estamos a brincar com o povo português?". A dúvida é de José Gomes Ferreira neste pequeno vídeo e provavelmente um reflexo do sentimento da grande maioria dos cidadãos nos tempos que correm. A única diferença é que este homem, com uma intervenção na SIC que quanto a mim foi a todos os níveis brilhante, é especialista em Economia e não teve papas na língua. Cortou a direito. Acabou educadamente com um: "peço desculpa...entusiasmei-me".

Pois meu caro José por mim pode continuar assim. De desculpas e mentiras estamos nós fartos. Entusiasme-se homem! Pode crer que o seu entusiasmo será o de muitos que o ouvem, e que certamente gostariam de falar mas infelizmente não podem ou não têm como. A sua voz tem e terá sempre um eco forte, descanse. Mais analistas houvesse como o senhor, descomprometidos, sem paninhos quentes e a conversa habitual da treta, do chove e não molha, palavras gastas, inócuas e bolorentas para boi dormir. Se todos denunciassem o que vêem, que lhes entra pelos olhos, que sabem mas que não ousam apontar talvez fossemos um país diferente. O seu dedo tocou na ferida. Estou farto de politólogos, historiadores, filósofos e sociólogos a falarem de Economia em prime-time. É como ouvir o Zé Cabra a cantar Sinatra ou um jardineiro a falar de geopolítica. Um desespero.

Na mouche caro José. Os meus sinceros parabéns.

O Próximo Governo!!

Quando olhei pela primeira vez para este edifício, na zona baixa da cidade do Porto, a primeira coisa que me ocorreu foi: eis o próximo Governo laranja!
E antes mesmo de fazer o boneco, percorri com o olhar todas as janelas e demorei-me a observar a expressão do boneco em cada uma delas. Achei piada aos gestos de cada um e achei de imediato que havia uma certa analogia com as expressões que verificamos por parte dos Ministros na Assembleia da República em dia de Aprovação do Orçamento de Estado.
Se repararem ainda há três janelas de oportunidades sem candidato, que são nada mais, nada menos, os lugares vagos para os candidatos que se perfilam ao lugar de Primeiro-Ministro, que ao que tudo indica será Passos Coelho (pode ser que entretanto abra a caça ao coelho).
Curioso também, é que cada um dos conjuntos de duas janelas são de gerações diferentes, sendo as da esquerda claramente as mais recentes e isso nota-se na sua pintura e conservação.
Pela primeira vez na minha vida dou uma notícia em primeira-mão, fazendo julgo, uma grande manchete, mostrando as caras do próximo Governo que se adivinha Laranja… ou, talvez não! :-)

A verdade da Mentira!

Ah e tal..longe estaria o escocês John Baird em 1934, ao inventar a televisão, de imaginar que estaria a inventar a caixinha que mudou o mundo. Setenta e cinco anos depois podemos, estou certo, dizer que de facto, essa tal caixinha mudou o mundo e de que maneira! A partir dessa altura o poder da imagem tornou-se de tal forma poderosa que não fugirei muito à verdade se disser que hoje em dia quem controla o mundo são os media. O cinema, a televisão, a Internet, e outros, são no fundo os grandes divulgadores da imagem. Os donos dos grandes grupos de media são quem define de como o mundo se deve mover. Se calhar não teria havido a guerra no Iraque se não existisse a CNN, ou coisa que o valha. Quem já viu o excelente documentário «Home», todo filmado dos céus, decerto teve um misto de encantamento e de medo. O mundo de facto tem coisas inexplicáveis que o homem nunca descobrirá as explicações. Tudo devido ao poder da imagem.
Esta imagem que vos apresento é uma fotografia original e teve adição de efeitos especiais de raios. Para muitos, sem uma explicação da minha parte, a acharia fantástica e correria mundo. Para outros é a coisa mais simples do mundo. O que pretendo com este trabalho é dizer-vos que a verdade e a mentira estão tão próximos um do outro na fotografia que é difícil distingui-los. Os puritanos como eu, defendem a verdade e só a verdade. Os que apareceram na era digital o que conta é o aspecto, não o conteúdo. Uns e outros têm razão. Mas, quando a fotografia é uma montagem ou pura manipulação devem mencioná-lo. Tenho visto aqui muita mentira que deveria ser explicada... Fica aqui ao vosso dispor, a verdade da minha mentira!!

Quero ser professora, papá!!

- Quero ser professora, papá!
- Está bem, meu amor. Mas quando fores grande o professor tem que fazer muitas coisas!
- Que coisas papá?
- Além de ter que preparar as aulas em casa tirando tempo à família, vai ter que tirar um curso de arte marciais para se defender dos alunos. Terá que comprar um detector de metais para não deixar entrar na sala de aula, armas e gravadores. Terá também que limpar as salas de aula e levar os meninos a lanchar ao bar do aluno e pagar-lhe as despesas. Vai ter que passar o aluno de ano mesmo que seja mau aluno. E no final das aulas vai ter que levar uns quantos meninos a casa no seu próprio carro que será sua obrigação.
- Papá, já não quero ser professora. Quero ser Ministra!

Problemas de expressão!!!!

Ah e tal...ontem fui parar à esquadra, todo partido...o meu advogado compareceu para me libertar, e perguntou-me o que tinha acontecido. Então eu comecei a explicar-lhe:
- Bem, eu estava a passar na rua e de repente, vi um monte de gente a correr. Estavam a ajudar uma prostituta, que acabava de dar à luz um lindo menino em plena rua. Solidário, comprei um pacote de fraldas para dar de presente à prostituta. Mas ao aproximar-me, um polícia com uns 2 metros de altura e 3 de largura, (ou seria ao contrário) viu o pacote de fraldas nas minhas mãos e perguntou-me:
- Para onde vai isso?
E eu claro, respondi: - Vai para p*ta...que pariu...
Depois disso, não me lembro de mais nada...mas hoje já me sinto melhor, já consigo abrir um olho!!!

Ai que saudades do antigamente!!!

Ah e tal...quando eu era pequenino, a minha mãe mandava-me à mercearia com apenas 5 escudos e eu voltava carregadinho! Nesse tempo eu trazia 3 kg de batatas, 1 pão de Mafra, 2 litros de leite, 1/2 kg de queijo, 1 caixa de rebuçados, muita fruta e uma dúzia de ovos! Hoje em dia já não dá para fazer isso...o cabrão do merceeiro encheu a loja com câmaras de vídeo!!!

Mistura de Musica!!!

Ah e tal...aqui fica um pequeno 'sample' com duas músicas misturadas que penso que resultou muito bem! Foi apenas uma experiência!!!

'CENÊMA'!!!

INT. CASA – DIA
Numa secretária desarrumada um cigarro fumega no cinzeiro. No escuro da sala, a pouca luz que fura os estores sugere o contorno de um homem sentado à secretária, imóvel, a sua cara um mistério. Um gravador emite a voz de um homem. Como música de fundo toca 'The Godfather Waltz', de Nino Rota.

Aluno (V.O.)
Como recém formado em Cinema na UBI (ei..não é preciso ofender) sinto-me solidário com os que ficaram, com os que entraram e com os que irão entrar ainda no futuro (coitaaados). Não por um sentimento de irmandade ou de experiência traumática partilhada (e daí não sei...), nem por paternalismo (quero que vocês todos se lixem com um F mas com carinho), não quero ser padrinho de ninguém, muito menos do curso. Quero sim fazer algo pelo curso, pelo meu curso, para que os próximos licenciados sejam melhores que eu e que os meus colegas. Para que os caloiros vindouros passem a escolher Cinema na UBI como primeira opção, não como sexta. Para que Cinema na UBI passe a ser um curso e não um recurso. Para que o único curso com o nome de "Cinema" em Portugal se torne realmente num curso de Cinema, quem sabe até no único. Nem que para isso se mude o nome do curso actual para Estudos Cinematográficos, e se crie um novo, um curso de Cinema do zero.

Como aluno não poderei fazer muito mais para além de comentar, sugerir, opinar sobre a proposta de reestruturação, esperando que o que tenho a dizer sobre o assunto seja no mínimo considerado. Que estas palavras sirvam pelo menos para despertar o interesse dos actuais alunos, e mesmo ex-alunos, nesta discussão e noutras futuras, sempre com a melhoria do curso em mente.

Porque é que a minha opinião deve contar? Tenho a experiência de ter feito o curso, não? E nessa minha experiência, o curso foi já objecto de reestruturação, de quatro para três anos, através de Bolonha. Entendo do curso e entendo de reestruturações, pode-se dizer…mas isso ficará para amanhã, hoje tenho um tacho ao lume que a minha vida não é esta!

Mamarrachos e afins!

Ah e tal...ora bem, no outro dia ia eu a passar por ali, sabem, naquela estrada, aquela que tem um pouco de alcatrão, alguns buracos, sem passeios nem bermas...claro, já sabem onde é! E qual não foi o meu espanto quando olhei para o lado e vi este sublime mamarracho o qual apelidei pomposamente de coiso.

Ora bem..deixa cá ver isto...parque só para Utentes do Cemitério?!?!?! Hum...isso explica muita coisa. Então é por isso que lá estava estacionado um 'Porsche 356', um 'Mercedes SLK' e um 'Ferrari' do meu "TRETAravô" (que Deus o tenha em paz e sossego) para que ele, naquelas noites de Lua Cheia possa sair e ir beber um cafezito ao Snack lá da esquina e conhecer umas meninas.
Certo, certo é que gostei de ver a preocupação da Junta de Freguesia pelos utentes deste local, pois têm sempre lugar para a sua viatura, e ainda por cima, sem parquímetro, pois se assim não fosse, imaginem a quantidade de moedas que estes Utentes lá teriam de colocar...

Para a geração de 70..ui..a minha geração!

Ah e tal…aqui ficam as diferenças do antigamente para os tempos de agora...modernices. É por causa deste tipo de comportamentos que a nossa sociedade cada vez mais se encontra despida (Brrr….que frio) de valores morais.

Situação 1: O fim das férias.

Ano 1979: Depois de passar 15 dias com a família atrelada numa caravana puxada por um Fiat 600 pela costa de Portugal, terminam as férias. No dia seguinte vai-se trabalhar (sim…porque nessa altura ainda havia trabalho).

Ano 2010: Depois de voltar de Cancun de uma viagem com tudo pago, terminam as férias. As pessoas sofrem de distúrbios de sono, depressão, seborreia e caganeira e afins.

Situação 2: Dia de mudança de horário de Verão para Inverno.

Ano 1979: Não se passa nada.

Ano 2010: As pessoas sofrem de distúrbios de sono, depressão e caganeira (ai tanto stress).

Situação 3: O menino Carlinhos está a pensar ir até ao monte depois das aulas, assim que entra no colégio mostra uma navalha ao João, com a qual espera poder fazer uma fisga.

Ano 1979: O director da escola vê, pergunta-lhe onde se vendem, mostra-lhe a sua, que é mais antiga, mas que também é boa.

Ano 2010: A escola é encerrada, chamam a Polícia Judiciária e levam o Carlinhos para um reformatório. A SIC e a TVI apresentam os telejornais em directo desde a porta da escola.

Situação 4: O Carlos e o Quim trocam uns socos no fim das aulas.

Ano 1979: Os companheiros animam a luta, o Carlos ganha. Dão as mãos e acabam por ir juntos jogar ‘matrecos’.

Ano 2010: A escola é encerrada. A SIC proclama o mês anti-violência escolar, o Jornal de Notícias faz uma capa inteira dedicada ao tema, e a TVI insiste em colocar a Moura Guedes (à espera lá…esta agora já não pode ser) à porta da escola a apresentar o telejornal, mesmo debaixo de chuva.

Situação 5: O Jaime não pára quieto nas aulas, interrompe e incomoda os colegas.

Ano 1979: Mandam o Jaime ir falar com o Director, e este dá-lhe uma bronca de todo o tamanho. O Jaime volta à aula, senta-se em silêncio e não interrompe mais.

Ano 2010: Administram ao Jaime umas valentes doses de ‘Ritalin’. O Jaime parece um Zombie. A escola recebe um apoio financeiro por terem um aluno incapacitado.

Situação 6: O Luís parte o vidro de um carro do bairro dele. O pai caça um cinto e espeta-lhe umas chicotadas com este.

Ano 1979: O Luís tem mais cuidado da próxima vez. Cresce normalmente, vai à universidade e converte-se num homem de negócios bem-sucedido.

Ano 2010: Prendem o pai do Luís por maus-tratos a menores. Sem a figura paterna, o Luís junta-se a um gang de rua. Os psicólogos convencem a sua irmã que o pai abusava dela e metem-no na cadeia para sempre. A mãe do Luís começa a namorar com o psicólogo. O programa da Fátima Lopes mantém durante meses o caso em estudo, bem como o Você na TV do Manuel Luís Goucha.

Situação 7: O Zézinho cai enquanto praticava atletismo, arranha um joelho. A sua professora Maria encontra-o sentado na berma da pista a chorar. Maria abraça-o para o consolar.

Ano 1979: Passado pouco tempo, o Zézinho sente-se melhor e continua a correr.

Ano 2010: A Maria é acusada de perversão de menores e vai para o desemprego. Confronta-se com 3 anos de prisão. O Zézinho passa 5 anos de terapia em terapia. Os seus pais processam a escola por negligência e a Maria por trauma emocional, ganhando ambos os processos. Maria, no desemprego e cheia de dívidas suicida-se atirando-se de um prédio. Ao aterrar, cai em cima de um carro, mas antes ainda parte com o corpo uma varanda. O dono do carro e do apartamento processam os familiares da Maria por destruição de propriedade. Ganham. A SIC e a TVI produzem um filme baseado neste caso.

Situação 8: Um menino branco e um menino negro andam à batatada por um ter chamado 'chocolate' ao outro.

Ano 1979: Depois de uns socos esquivos, levantam-se e cada um para sua casa. Amanhã são colegas.

Ano 2010: A TVI envia os seus melhores correspondentes. A SIC prepara uma grande reportagem dessas com investigadores que passaram dias no colégio a averiguar factos. Emitem-se programas documentários sobre jovens problemáticos e ódio racial. A juventude Skinhead finge revolucionar-se a respeito disto. O governo oferece um apartamento à família do miúdo negro. Nos EUA levam o menino negro a presidente da república e atribuem-lhe o Nobel da paz.

Situação 9: Fazer uma asneira na sala de aula.

Ano 1979: O professor espetava-te duas valentes lostras bem merecidas. Ao chegar a casa o teu pai dava-te mais duas porque 'alguma deves ter feito'.

Ano 2010: Fazes uma asneira. O professor pede-te desculpa. O teu pai pede-te desculpa e compra-te uma Playstation 3.

Racistas!

Ah e tal..."Socorro! Socorro! Ai, ai, acudam! Está ali um gato preto! Ai que vou ter ainda mais anos de azar. Já não bastava ser português e agora isto!"...a conclusão a que chego é que as pessoas são todas racistas e depois vai-se a ver aposto que compram a mobília e artigos para a casa na loja do 'Gato Preto'...ele há coisas do catano!

Será assim...ou..assim será?

Ah e tal...quando tiver automóvel vou ter saudades dos taxistas humoristas, como este que apanhei hoje!

Disse-lhe: "É sempre em frente".
Ele: "Sempre em frente ou em frente sempre?".
Eu: "Ah ah, é mesmo assim".
Ele: "Mesmo assim ou assim mesmo?".
Eu: "Pois, claro."
Ele: "Por acaso ainda está claro, mas daqui a pouco já fica escuro!......".
A viagem seguiu silenciosa até à chegada.
Eu: "É já aqui."
Ele: "Ou aqui já?"

E depois ainda dizem que andar de transportes públicos não pode ser divertido!!!

E se de repente um desconhecido lhe oferecer flores ou quando a realidade ultrapassa a ficção!!!

Ah e tal...não é raro a realidade superar a ficção em factos bizarros ou insanos. É verdade que a ficção está cheia de histórias de loucos, dementes, alucinados, mas também não é menos verdade que a realidade está cheia de avariados, desvairados e brincalhões. A maior parte dos “loucos” não se encontram internados em casas de malucos (ou casas amarelas que sempre foi uma cor que me deixou meio avariado da maionese), eles circulam e interagem “connosco”, ou seja, com aqueles que, por estarem em maioria e se desviarem menos do padrão, são considerados sãos. Resta saber qual dos lados é mais demente, se o lado dos sadios se o lado dos dementes, se na ficção se na realidade. A loucura sempre foi para nós objecto de fascínio e a literatura, cheia de exemplos pertinentes, não o desmente.
No conto 'O Diário de Um Louco', Fidèle, a personagem que Nikolai Gógol nos descreve como um simples e normal funcionário público, vai aos poucos ficando louco (quem disse que a vida de funcionário público é fácil..sempre a inventar desculpas para não fazer nenhum, a preocupar-se em estar mal informado da sua função, a ser antipático, a pedir mais um impresso inútil que para o obtermos temos que enfrentar uma fila (e às vezes bixas) de 300 pessoas para o conseguir e quando lá chegamos temos que pagar no mínimo 5€). O conto vai avançando à medida que os leitores se vão apercebendo dos pensamentos e visões da personagem, no mínimo estranhos, que, o vão levando, cada vez mais, à loucura. Claro que no final do conto, Fidèle, é internado, como doente mental, num hospital psiquiátrico. Convencido de que é Rei de Espanha, nunca se apercebe de que está louco (como todos os loucos) e julga encontrar-se na corte de um reino exótico com protocolos estranhos e costumes excêntricos, justificando assim todos os males que lhe vão acontecendo. É uma espécie de adepto benfiquista, todos sabem como alcançaram as vitórias ao longo da época passada (penaltis inventados, castigos escandalosos a jogadores adversários fundamentais, expulsões aos 5m)..mas assobiam para o lado e dizem que apenas tinham uma grande equipa...já este ano sem verem a luz ao fundo de certos túneis..outro herói renasce das cinzas).
Noutro conto, 'O Alienista', de Machado de Assis (na minha opinião, ainda mais extraordinário que o conto de Gógol, e que não podem deixar de ler), conta-se que, «numa remota vila do interior do Brasil chamada Itaguaí, vivera um certo médico, o Dr. Simão Bacamarte (mas que belo nome familiar), filho da nobreza da terra e o maior dos médicos do Brasil, de Portugal e das Espanhas». Ao abrigo da sua fama e sabedoria, consegue colocar, para além dos loucos, no seu próprio hospital psiquiátrico, a inteira comunidade de habitantes da vila, inclusive ele próprio.
A fronteira que separa aquilo que é considerado normal do que é considerado loucura, é mesmo muito ténue. Porém, não posso deixar de contar duas histórias, da esfera da realidade, parecendo ficção. Ou será o contrário?

Há uns anos, numa livraria de Lisboa por onde adoro passear:

- Bom dia! Queria um dicionário de sinónimos e um rolo de papel higiénico.
O livreiro, não querendo passar por ignorante, perante o pedido pouco usual, pergunta:
- Não me leve a mal, mas rolo de papel higiénico é o título de um livro, certo?
O cliente responde de forma curta e explícita.
- Não!
- Então, não lhe vou perguntar para que quer o rolo de papel higiénico...
- Não? Mas eu faço questão de explicar! É para escrever nele o meu próximo livro. Sabe, eu sou um escritor de merda e ainda por cima poeta!
O livreiro não resiste e dá uma pequena gargalhada, torcendo o rosto numa careta de gozo.
Com os ombros e braços caídos, o escritor desabafa:
- Deve achar que eu sou um pobre louco...
O livreiro, parando imediatamente de rir, voltando à postura séria e não querendo parecer ofensivo, com o nervosismo responde apressadamente:
- Não, não! Penso até… que está bastante lúcido!

Numa outra vez, outra grande personagem a fazer das suas:

- Tem o Lucky Luke?
- Tenho sim. Qual é o título que deseja?
- Não! Não pode ter!... Porque o Lucky Luke sou eu!
Ao dizer isto, senta-se no chão e assobia.
-Desculpe! O que é que está a fazer?
- Estou a chamar o Jolly Jumper, o meu cavalo.
O livreiro, entrando na brincadeira.
- Já agora, quando sair, não quer levar o Rantanplan?
- Não, esse cão é louco e enerva-me o cavalo.

Provavelmente podem pensar que esta conversa é de loucos. Mas tudo depende do ponto de vista de como é analisada a questão. A grande maioria dos portugueses (tugas) não dispensam ir às urnas de voto pelo menos de 5 em 5 anos (mais uma oportunidade de vestir aquele fato ou o vestido já traçado pela traça do armário) para expressar o seu apoio a um grande cavalo que após ser eleito assobia para o ar. É o que se chama democracia. Ver 'francisquinhos de loiça' que por serem tão frágeis têm de estar bem protegidos...não vá o diabo tecê-las e tenham o infortúnio de partir algo que lhes faça falta para f... o povo.